segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Entrevista com Paulo Betti

Kalísley entrevistou Paulo Betti, onde fala de seu novo trabalho no teatro, Deus da carnificina”, que estreou no último dia 2 de setembro está no Teatro Maison de France, com Júlia Lemmertz, Déborah Evelyn e Orã Figueiredo. Na televisão já atuou em diversas novelas e minisséries da Rede Globo, como O Clone, Desejos de mulher, Paraíso Tropical, Sete Pecados, e seu último trabalho foi em Tempos Modernos. Já atuou em 11 minisséries, 23 novelas e 31 filmes.
K - Com que idade começou sua carreira de ator?
PB- Acho que quando eu lia partes da Bíblia durante a missa e era coroinha já estava começando a ser ator. Mas o começo foi com o teatro amador tinha uns 16 anos.
K - E por que optou por essa profissão?
PB - Foi sendo levado pelo gosto de aparecer no palco...
K - Em que ano chegou ao Rio de Janeiro? E como se estabeleceu aqui?
PB- Cheguei no Rio em 84, vim para dirigir uma peça e também para trabalhar numa novela da Globo. Fui morar no bairro da Gloria, dividia o apartamento com dois amigos. 
K - Qual a diferença de atuação no teatro e na televisão? E qual você mais gosta de fazer?
PB -  Teatro, televisão e cinema, e também tem rádio, no Brasil fazemos pouco. O teatro é o essencial, um lugar onde aprimoramos nossa compreensão da nossa arte. Televisão é quantidade, repetição, também é bom, cinema é uma ilusão de ser eterno.
K - Você atua em muitas peças de teatro. É fácil fazer teatro hoje em dia?
PB - Não é fácil fazer teatro, só consigo, pois estou com contrato na televisão. Mas é absolutamente necessário fazer teatro...
K - Sei que você também e diretor e produtor, gostaria de saber quais trabalhos mais importantes que dirigiu e produziu?
PB - A Tartaruga de Darwin, Assim é se lhe parece, O Amigo da Onça, Feliz Ano Velho, Na Carrera do Divino e o filme Cafundó.
K - Você perdeu trabalhos por ter apoiado a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores?  E se arrepende por isso?
PB - Sim, perdi muitos trabalhos, fiquei marcado como um ator do PT, mas não me arrependo não, acho que Lula é muito importante para nosso País, significa uma quebra numa seqüência de 500 anos de governantes vindos ou servindo a elite.
 K - Quais os objetivos que ainda pretende alcançar em sua carreira?
PB - Pretendo dirigir e produzir filmes e fazer muitas peças, e continuar com o trabalho da Casa da Gávea.
K - Você gosta de fazer comédia?
PB - adoro fazer comédia, é uma delicia ouvir a risada do publico. 
K - E como se sente atuando em uma peça que recebeu o premio “Tony Awards” (o mais importante do teatro americano, como o Oscar teatral) de “Melhor Peça”?
PB - Me sinto muito feliz com essa peça, agradecido pelo convite do Emilio para fazer e muito honrado de trabalhar num elenco e peça tão bons.
K - Você se identifica em algo do personagem que interpreta na peça?
PB - Às vezes fico muito tempo no celular, me identifico também em alguns pensamentos na ironia e na agressividade, sou muito agressivo...
K - A peça mostra a intolerância. Acredita que no mundo atual as pessoas estão muito intolerantes aos pequenos problemas?
PB - o ser humano nunca foi totalmente civilizado, basta a chapa esquentar que viramos bicho...

Deus da carnificina
de Yasmina Reza

com
Júlia Lemmertz
Deborah Evelyn
Paulo Betti e Orã Figuereido

Direção : Emilio de Mello.
SINOPSE
Dois casais adultos e civilizados se encontram para resolver um incidente protagonizado por seus filhos pequenos: um deles quebrou 2 dentes do outro em uma briga na praça. Nada que os pais não possam resolver.
Mas, às vezes ...
O que será que pode acontecer nesse encontro?
O DEUS DA CARNIFICINA recebeu o Prêmio Tony 2009 nas categorias de melhor obra teatral, melhor direção e melhor atriz, tendo no elenco Jeff Daniels, James Gandolfini, Hope Davis e Marcia Gay Harden.

Com temporada até 12 de Dezembro.
Teatro Maison de France
Avenida Presidente Antônio Carlos, 58. Rio de Janeiro 
Informações: (21) 2544 2533


Um comentário: