quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Entrevista com André Teixeira

Kalísley entrevista André Teixeira, ator, diretor e humorista cearense. Com o espetáculo "Franquia de Comédia" foi eleito pelo circuito carioca de humor, como o melhor show solo de humor de 2010 do rio de janeiro. Já participou em mais de 100 montagens teatrais, e fez participações em séries, minisséries, e novelas da rede globo e da Record. Em 2010 também foi o 1° humorista a se apresentar em Barcelona/Espanha com um show de stand-up comedy.



Quando você conheceu a comédia stand up?
André:conheci a comédia stand up assistindo filmes de comédia americano.em alguns filmes existia cenas de stand up comedy inseridas. Eu sempre achei o máximo você subir no palco sozinho, pegar um microfone e começar a arrancar gargalhadas do público.
  
Como você cria seus personagens?
André:na maioria das vezes nós acabamos, meio sem querer,colocando uma coisa ou outra de pessoas do nosso convívio. Mas eu sempre procuro dar um diferencial de qualquer trejeito comum ou normal que qualquer pessoa possa ter. Isso ajuda a prender a atenção do público na personagem.

É  difícil inventar situações novas sempre?
André:eu não diria difícil,mas sim trabalhoso.pois você tem que está sempre muito ligado em tudo que acontece ao seu redor. Ler muito, ficar ligado no que acontece na TV, no cinema e na internet. Pois material é o que não falta, só que você tem que saber transformar essa avalanche de informações em comédia, e de uma forma que o público se identifique e sempre sabendo filtrar o que possa vir a ser agressivo, pois nem tudo é motivo de piada.

Qual a sua opinião sobre os novos humoristas que estão surgindo?
André:acho muito bacana essa levantada do humor nacional. Tem muita gente talentosa aparecendo. Posso falar até de alguns amigos que trabalharam comigo e que estão em destaque hoje, como: Fábio Porchat e Marcos Veras.
Eu só acho que tem muita gente que está entrando na comédia sem ter nenhuma base. Você ser engraçado em uma roda de amigos no bar, não quer dizer que você é um comediante e que já está preparado para fazer seu show de humor. Infelizmente é isso que está acontecendo. Muita gente está fazendo stand up sem ter condições para isso. E o que acontece? Esses "comediantes de roda de bar" acabam agredindo o público e sujando a imagem do gênero, que, diga-se de passagem, é um dos mais difíceis.

Você se inspirou em algum comediante para começar a carreira? Qual é seu ídolo na comédia e por quê?
André:a minha maior inspiração veio com certeza do meu conterrâneo e mestre do humor nacional Chico Anysio.
Ele é a maior referência que tive pra fazer humor. O Chico se tornou meu ídolo pela versatilidade em criar personagens totalmente diferentes um do outro. Pelo cuidado de criar uma personalidade única para cada um. Uma voz, um trejeito, uma alma. É por isso que ele é e sempre será o mestre do humor nacional.
  
Como você cria seus shows e como você se prepara para eles?
André:a criação de um show de humor requer um pouco de tempo e muito trabalho. É um desafio você escrever um texto que venha a fazer uma platéia de 300, 400 ou 500 pessoas rirem durante quase 2 horas de espetáculo. Procuro sempre ter muito cuidado e tentar sentir o que é cômico para mim, e o que é cômico para o público, pois nem sempre o que eu acho engraçado o público irá achar também.
A preparação é bem simples. Não costumo ter nenhum "ritual" especial antes de me apresentar. Apenas gosto de ficar sozinho, sem barulho para poder me concentrar antes de subir ao palco.


E qual sua opinião sobre a comédia na TV brasileira?
André: acho que os programas de comédia da TV brasileira têm uma qualidade muito boa, porém acho tudo muito parecido. Os formatos são praticamente os mesmos. É claro que tirando um ou outro programa.
Sinto falta de mais ousadia por parte dos idealizadores em fazer algo realmente diferente e que venha a impactar e marcar a comédia televisiva nacional.

Qual a sensação de seu espetáculo "Franquia de Comédia" ser eleito pelo circuito carioca de humor, como o melhor show solo de humor de 2010 do rio de janeiro?
André:é simplesmente fantááááááááááááástica! Sensação de dever cumprido! É quase um orgasmo cômico,se é que isso existe?! Bem, dependendo do parceiro ou parceira existe sim! (rsrsrsrsrs!).
Eu só tenho a agradecer a crítica, a classe humorística e principalmente ao público. Pois foram eles que tornaram esse prêmio possível. Espero poder continuar alegrando essa cidade e esse povo que acolheu tão bem.
  
E quais seus novos projetos?
André:os projetos para 2011 são de muitas viagens com os shows,a minha volta para TV e uma mudança no franquia, onde pretendo inserir mais um personagem,mas quem quiser saber que personagem é esse vai ter que assistir a temporada 2011 de "Franquia de Comédia", que deve dar início em janeiro no teatro Ipanema.

sábado, 6 de novembro de 2010

Entrevista com Vera Fajardo


Ao Lado de Um Homem De Sucesso Sempre Existe Uma Grande Mulher
Apesar de muitas mulheres suspirarem pelo ator José Mayer, há muito tempo apenas Vera Fajardo é dona de seu coração. A atriz Vera Fajardo nasceu em Belo Horizonte, MG e já atuou em 40 peças de Teatro como A Tartaruga de Darwin, 3 Maneiras de se Dançar um Tango, Obscena Senhora D, Pervesidade Sexual em Chicago, George Dandin, Baal, Há Vagas para Moças de Fino Trato e Relicário de Rita Cristal. No cinema, atuou em Idolatrada e A Mulher do Desejo. Na TV sua participação foi na novela Bicho do Mato, da TV Record, em 2007.
Kalísley - Como conheceu José Mayer?
Vera Fajardo - Em uma peça de Molière chamada Gerges Dandin em 1970
K- Realmente não sente ciúmes de José Mayer?
VF - Não, mesmo. Sei que rola essa curiosidade das pessoas pelo fato dele representar personagens sedutores, que mexem com a libido das mulheres. E ciúme é um sentimento chato prá...
K - Qual o segredo de um casamento feliz e duradouro?
VF - Não existe receita, um casamento longo é feito de alegrias, mas também de algumas renuncias, a escolha está em nossas mãos.
K - Você gostaria de fazer mais participações na televisão?
VF - Quando me mudei para o Rio foi pensando em fazer, sobretudo televisão, não aconteceu pra mim como para o Mayer. Fiquei deprê algum tempo, mas a maturidade está em compreender que cada um tem seu caminho e hoje tenho muito orgulho dessa carreira independente que trilhei com atriz e produtora da maioria de meus espetáculos.
K - Você atua em muitas peças de teatro. É fácil fazer teatro hoje em dia?
VF - Cada vez mais difícil, pois como disse de forma brilhante Camila Amado " antigamente as pessoas faziam teatro para ganhar dinheiro, hoje elas tem que ganhar dinheiro  para fazer teatro". E os patrocinadores, cada vez mais preferem atores que já tenham uma mídia espontânea.
K - Qual trabalho foi mais importante em sua carreira?
VF - Penso que a decisão de fazer parte do grupo Casa da Gávea, em 92. A partir dali pude pensar muito mais como artista que só como atriz. Ali é meu espaço de experimentação, na companhia de amigos queridíssimos.
K - Qual personagem que mais se identificou em fazer?
VF - A Marly, do espetáculo "O Homem Que Viu O Disco Voador" de Flávio Márcio com direção de Aderbal Freire Filho.
K - Como foi a experiência de sua primeira direção em A Prova de Fogo? Pretende continuar dirigindo?
VF - Foi um trabalho de extrema alegria prá mim. Só ali descobri que já sabia algumas coisas a respeito do meu ofício. Já tinha dirigido muitas leituras, mas nada se compara com o mergulho na dramaturgia. Em “A Prova De Fogo” de Consuelo de Castro, encontrei material de grande voltagem emocional, diálogos vivos, o que facilitou, pois um bom texto é o melhor ponto de partida.  Quero sim continuar dirigindo, aliás, acabei de dirigir um trabalho do qual me orgulho muito também. O desfile da Blue Man para o Fashion Rio, coleção 2011.
K - O que ainda pretende alcançar em sua carreira?
VF - O que todo artista quer é ter trabalho sempre. Só na seqüência dos trabalhos é que afinamos nosso instrumento.
K - Quais seus novos projetos?
VF - Achar uma peça bastante boa para fazer com meus amorecos de "A Prova de Fogo".

Vera Fajardo e José Mayer são casados desde 1975 e têm uma filha chamada Júlia, que é atriz de teatro.