segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Entrevista com Paula Palmiérí


Artista completa é a melhor forma de descrever Paula Palmiérí, que foi entrevistada por Kalísley Rosinski. Atriz, modelo, cantora, contorcionista, bailarina aérea, clown, apresentadora, fotógrafa, maquiadora, dubladora, entre outros muitos dons que Paula tem, além de ser engajada em projetos sociais, de sustentabilidade e direito dos animais. Atualmente ela faz a Dra Luciana da novela Vidas em Jogo da Rede Record. Na TV já atuou também em Passione e Tititi na Rede Globo e Os Mutantes - Caminhos do Coração e Promessas de Amor da Rede Record. No teatro já participou de mais de 20 espetáculos. Atualmente, é membro de três cias teatrais: “Arlequinos”, “Arteatrando” e “Guapos” e está montando dois espetáculos, “Bichos - O Musical” e um monólogo.

Kalísley Rosinski - Quando descobriu que tinha tantos dons artísticos?
Paula Palmiérí - Sempre estive muito envolvida com a arte. Meus avós eram artistas, um cantor lírico e artista plástico, o outro poeta. Eu desenho e faço esculturas desde criança. Com dois anos entrei no ballet clássico... Acho que nunca parei pra pensar quando tudo começou, porque meus dons artísticos sou eu. Sem a arte eu não existiria.

KR- Qual o papel mais significativo que já realizou como atriz?
PP - Difícil responder. Foram tantos espetáculos... Wendla de "O Despertar da Primavera" foi um personagem importante para mim, por tudo o que ele representa. E com certeza a Hiromi de "Os Mutantes" marcou minha vida, foi meu início na teledramaturgia.

KR - Você atua em muitas peças de teatro. É fácil fazer teatro hoje em dia?
PP - Fácil, fácil, não é. Por isso tem que amar o palco! Às vezes não há patrocínio, outras temos que ensaiar em locais improvisados etc. Pra mim ainda há um agravante, pois uma das minhas Cias é em Amparo-SP e todos os atores moram lá; menos eu! Já trouxe o diretor para me ensaiar aqui no Rio numa época que eu gravava muito... só tínhamos as madrugadas para trabalhar! 

KR - Quais objetivos que ainda pretende alcançar em sua carreira?
PP - Muitos! Mas estou curtindo cada passo dado. Sou feliz como sou e com o que eu tenho, agora. Sem cobranças cruéis comigo mesma. A eternidade me pertence.

KR - Quando você se descobriu uma protetora dos animais?
PP - Nasci assim. Amo os animais, humanos e não humanos. Tenho uma ligação especial com os bichos... Consigo "ouví-los", consigo sentir o que sentem, não sei se é um dom especial, acredito apenas que me livrei dos preconceitos com relação à eles, por isso, nos comunicamos tão bem.

KR - Há quanto tempo você é vegetariana e por que optou por essa dieta?
PP - Eu me tornei vegetariana quando percebi que eu comia bichinhos. Como eu poderia comer um ser que eu amava? Não era apenas uma comida, era alguém que tinha sentimentos e havia sido assassinado! Não podia continuar compactuando com essa crueldade. E eu era bem pequena, foi um reboliço na família.

KR - Você realiza algum trabalho voluntário em prol dos animais?
PP - Eu ajudo amigos que fazem lar temporário para animais doentes e desabrigados, com alimentos e remédios. Também quando posso, vou ao Campo de Santana ajudar a cuidar dos bebês-gatos. Eu adotei minha filha Safira lá; é uma gatinha que foi abandonada em um saco preto, amarrado, com mais seis gatinhos. Uma cena muito triste. 

KR - Tem algum animal companheiro hoje?
PP - Claro que tenho, eu já tive vários animais, de morcego à jiboia. Os animais me seguem na rua, aparecem na minha casa e sempre que aparece algum ninho caído, animal abandonado, doente, meus amigos levam pra mim. Agora estou com as duas gatinhas lindas! Minhas filhotas: Safira e a Doralice. Elas eram de rua, a Safira eu peguei no Campo de Santana e a Doralice eu ganhei da repórter que está me entrevistando! (Risos)


KR - O que acha das campanhas polêmicas que a ONG PETA realiza geralmente usando fotos de artísticas nus?
PP - Eu não conheço muito. Mas acredito que de todas as campanhas vegans que existiram essa foi a que mais chamou a atenção.
Se mais pessoas se tornam vegans, eu não sei, mas muitas ficam incomodadas, porque mexe com grandes tabus dos humanos. O incômodo é o primeiro passo para a reflexão e quem sabe depois, há uma mudança de atitude?


KR - Você faria uma foto nua para uma campanha em prol dos direitos dos animais?
PP - Faria sim, claro! Se a campanha for interessante e eu acreditar no propósito, por que não? A nudez pra mim não é tabu. Eu fui modelo de nu artístico em escola de arte muitos anos. Acredito que está mais do que na hora de desvincularmos a nudez do sexo, da promiscuidade. Lógico que a nudez pode ser usada para esses fins, mas, ela é algo natural, somos nus. Precisamos nos olhar com menos malícia.

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